O início de SÃO PAULO

A primeira vila fundada no Brasil, São Vicente, foi criada em 1532, por Martim Afonso de Souza. Com o sistema de capitanias hereditárias, outras povoações surgiram em diversas regiões do Brasil. Na Capitania de São Vicente, foram Santos (1545), São Paulo (1554), Itanhaém (1561) e Cananéia (1600). No século XVII, foram onze vilas no território paulista, das quais oito no planalto e três no litoral.

   

No século XVIII, com a descoberta de ouro na região, abriu-se espaço para a participação de um número significativo de engenheiros portugueses ou profissionais de outros países, a serviço de Portugal. Sua missão era realizar levantamentos, projetos e executar obras, para aperfeiçoamento das povoações e de seus sistemas defensivos, como o plano do Brigadeiro João Massé para Santos.

O impulso mais significativo ocorreu a partir da segunda metade do século, estendendo-se até a Independência (1822). Entre 1705 e 1798, 18 vilas foram fundadas no território que então se tornou a Capitania de São Paulo, além de outras três, na região do atual estado do Paraná. Em 1711, a vila de São Paulo foi elevada à categoria de cidade, tornando-se sede da Capitania. Mas a grande expansão das atividades de mineração em outras regiões terminou por levar ao despovoamento e à estagnação da Capitania, que foi extinta pelo governo português e depois reativada em 1765, sob a administração de Morgado de Mateus.

A Cidade de São Paulo de Piratininga em 1745

Datam desse período importantes conjuntos de imagens sobre as vilas paulistas, com destaque especial para a administração do Morgado (1765-1775) e para a de Bernardo de Lorena (1788-1797). Os quadros técnicos transferidos para o Brasil, a partir do Tratado de Madri (1750), permitiram uma atuação sistemática, intensificada a partir de 1765 e estendida até 1822. Os desenhos elaborados nesse período referem-se sobretudo às vilas do litoral, em especial a Santos.

Outros desenhos, feitos com objetivos militares, nos informam sobre vilas, povoações e aldeias existentes no Vale do Tietê, que permitia a ligação fluvial com Cuiabá. É o caso dos desenhos deixados por José Custódio de Sá e Faria, referentes às aldeias de Barueri, Arassariguama, às vilas de Itu e Porto Feliz, então freguesia de Araritaguaba. Nessa série estão incluídas algumas imagens da cidade de São Paulo, todas elas com problemas de interpretação, exigindo uma discussão mais detalhada, que deixaremos para um futuro próximo.

Dos primeiros anos do século XX, conhecemos uma planta de São Paulo, levantada em 1810, por Rufino José Felizardo e Costa. O original, que pertencia ao Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, desapareceu. Uma cópia foi publicada em 1954. Outra versão do mesmo desenho foi preparada em 1842, incluindo as fachadas dos principais edifícios da cidade. Mas não incluímos essas imagens, por se tratar de cópias.

Do planalto, temos uma série preciosa de desenhos, deixada por um viajante ilustre, Arnaud Julien Pallière, que percorreu o Vale do Paraíba, entre Rio e São Paulo, às vesperas da Independência. Merecem destaque especial as duas excelentes vistas de São Paulo, a partir da várzea do Tamanduateí.

 BARUERI                                                         

A fundação de Barueri reointa à época das missões jesuíticas, em meados do século XVI.
Segundo os historiadores a origem da cidade foi o aldeamento de Baruery, fundado em 11 de novembro de 1560 pelo padre José de Anchieta, que ergueu na margem direita do rio Tietê, pouco acima da confluência com o Rio Barueri Mirim, a Capela de Nossa Senhora da Escada, hoje padroeira do município.
O nome Barueri deriva da mistura da palavra francesa barriére (barreira, queda, obstáculo) com o vocábulo indígena mbaruery (rio encachoeirado), significando, portanto, barreira que encachoeira o rio, visto que a área ficava na bifurcação do Anhembi, como era chamado o Tietê

Flor vermelha que encanta

O vocábulo Barueri em tupi guarani não quer dizer flor vermelha que encanta, como muitos acreditam.
Talvez pelo fato de, às margens do rio Barueri Mirim existirem, muitos anos atrás, flores vermelhas (hibisco) deu-se esta associação.

"Flor vermelha que encanta" é, na verdade, uma espécie de slogam associado a Barueri, o nome da cidade.
índios do Brasil colônia. Resistindo bravamente, com a ajuda dos padres jesuítas, aos freqüentes ataques de bandeirantes que desciam o rio Tietê em direção ao interior, aprisionando índios para mão-de-obra escrava, a aldeia conseguiu sobreviver. Com o decorrer dos anos e o notório crescimento, a Aldeia chegou a povoado e, posteriormente, já em 1809, à categoria de freguesia.

Século XVI
Em 21.11.1560 o Padre José de Anchieta reza a primeira missa no aldeamento de Barueri.

Século XVII
Em 1633 os jesuítas foram expulsos mas a Capela de Nossa Senhora da Escada, no atual bairro da Aldeia, foi reaberta, provocando violenta represália por parte de um grupamento de oficiais. A capela foi depredada, seus móveis e utensílios foram atirados ao rio e os índios habitantes do aldeamento foram escravizados.


Século XVIII

No ano de 1759 ocorre a expulsão definitiva da Companhia de Jesus do Brasil.

Século XIX
No ano de 1809 Barueri é elevada à categoria de freguesia. Em 1875 é inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro Sorocabana e Barueri torna-se entreposto de cargas. O povoado de tropeiros passa a ser chamado povoado da Estação. Próximo à estação é erguida a Igreja de São João Batista. Em 23.06.1898 ocorre a primeira procissão na única rua do povoado, a Campos Sales.

Nossa Senhora da Escada                      

O culto de Nossa Senhora da Escada foi trazido de Portugal para o Brasil. Por que "da Escada"? Uma das explicações remete à infância de Nossa Senhora. Ainda bebê, ela miraculosamente teria conseguido galgar as escadarias do templo de Jerusalém. Outra, mais prosaica, recorre a uma simples questão arquitetônica. O atributo "da Escada" teria surgido de igrejas em que era preciso vencer escadarias para cultuar a Virgem Maria.

Outra ainda refere-se à coragem dos navegantes portugueses, dos séculos XV e XVI. Também não faltou fé e fortaleza para correr todos os riscos. E tal fé dos marinheiros lusos encontrava uma expressão encantadora na devoção a Nossa Senhora da Conceição da Escada, na cidade de Lisboa.

Em Barueri, engendrou-se uma história que se acomoda ao passado local. Índios que eram perseguidos por bandeirantes teriam a certa altura sido encurralados junto a uma encosta de morro. Tudo levava a crer que estavam perdidos. Foi quando Nossa Senhora veio ao seu socorro e providencialmente fez surgir uma escada para que vencessem o obstáculo.

Existem igrejas sob a invocação de Nossa Senhora da Escada na Bahia, em Pernambuco (onde empresta o nome ao município de Escada) e em outras partes do Brasil. Em São Paulo, além de Barueri, existe uma em Guararema. Esta, de meados do século XVII, é tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional e, como a de Barueri, foi erguida para servir a um aldeamento.

O início do aldeamento em Barueri remonta ao ano de 1560, quando, em 18 de agosto, a Fazenda Baruery foi

doada por Jerônimo Leitão. Acusado por proteger índios, o fazendeiro doou as terras aos jesuítas, entre eles José de Anchieta que, de posse de uma carta de sesmaria, fundou, em 11 de novembro de 1560, o Aldeamento de Baruery, com índios Guaianazes (do litoral de São Vicente) e Guaicurús (do Planalto de Piratininga).
Uma capela foi erguida onde existe o bairro da Aldeia de Barueri, e a primeira missa realizada por Anchieta data de 21 de novembro de 1560.
Foi quando o jesuíta considerou Nossa Senhora da Escada como padroeira do aldeamento. A imagem da santa, esculpida em cerâmica, foi trazida de Portugal. Com a fundação do vilarejo de Sant´Ánna de Parnayba, em 1580, a harmonia entre índios e jesuítas ficou ameaçada pelas constantes investidas dos bandeirantes, que capturavam índios para utilizar como mão-de-obra escrava. Para reconstituir a população que estava sendo
dizimada, o padre Affonso Gago, no início do século XVII, começou a fazer expedições pelo sul do país, trazendo para Baruery, índios Carijós. Baruery era a mais importante aldeia jesuística do Brasil.

Século XVII
Em 1633 os jesuítas foram expulsos mas a Capela de Nossa Senhora da Escada, no atual bairro da Aldeia, foi reaberta, provocando violenta represália por parte de um grupamento de oficiais. A capela foi depredada, seus móveis e utensílios foram atirados ao rio e os índios habitantes do aldeamento foram escravizados.

Século XVI
Em 21.11.1560 o Padre José de Anchieta reza a primeira missa no aldeamento de Barueri.

Século XVIII
No ano de 1759 ocorre a expulsão definitiva da Companhia de Jesus do Brasil.

Século XIX
No ano de 1809 Barueri é elevada à categoria de freguesia. Em 1875 é inaugurado o primeiro trecho da Estrada de Ferro Sorocabana e Barueri torna-se entreposto de cargas. O povoado de tropeiros passa a ser chamado povoado da Estação. Próximo à estação é erguida a Igreja de São João Batista. Em 23.06.1898 ocorre a primeira procissão na única rua do povoado, a Campos Sales.

                                 CARAPICUIBA

Carapicuíba foi muito citada na história por ser o caminho utilizado pelos bandeirantes. Localizada perto das terras doadas pelo rei de Portugal à Afonso Sardinha e próximo às reservas indígenas.
Com o objetivo de aproveitar a mão-de-obra indígena, Afonso Sardinha, em 1590, instalou um posto na Aldeia de Carapicuíba, dando início à construção de uma capela, porém, Afonso Sardinha retornou para a Europa e lá ficou até sua morte.

Em 1610, a Aldeia começou a sofrer os impactos da batalha entre as autoridades e os índios que reagiram violentamente aos propósitos, fazendo com que a tribo embrenhasse cada vez mais pela mata fechada. Desse período até meados de 1670 a Aldeia serviu de ponto de encontro entre clero e as autoridades, juntos traçavam manobras de ocupação da Aldeia e exploração do trabalho indígena.

Em 1770 o progresso começou a se fazer sentir, mudando a paisagem que permanecia bela e inalterada durante séculos. Os caminhos se alargavam entre as cidades, já haviam pequenas cidades no caminhos de São Paulo à Carapicuíba. Em torno da Aldeia foram sendo erguidas construções que abrigaram a família Camargo, conhecidos como os “donos das festas”, ou seja, os organizadores das Festas de Santa Cruz e Santa Cruzinha, família essa que organiza as festas até hoje.

Em 10 de agosto de 1875, com a chegada da linha férrea que ligava Sorocaba a São Paulo, Carapicuíba, não tinha se desenvolvido ainda. 

 

ALDEIA DE CARAPICUIBA

A fim de catequizar os índios e protegê-los da escravidão, o Padre José de Anchieta, segundo transcrevem alguns livros da época, construiu doze aldeias em volta do Mosteiro de São Bento para tirar os índios e padres que lá vivam. Das doze aldeias a única que não foi totalmente destruída é a Aldeia de Carapicuíba, isso se deve a fato de ser uma aldeia de difícil acesso.

A Aldeia de Carapicuíba, localizada há pouco mais de 20 Km do centro de São Paulo, foi fundada em meados de 1580, abrigou o Padre Belchior Pontes e índios de outras tribos a fim de protegê-los do ataque violento dos bandeirantes, estes liderados por Antonio Raposo Tavares.

Os Guaianases, primeiros moradores da Aldeia, abrigaram índios de outras tribos como os Tupis, os Guarulhos, entre outros. Com a chegada desses outros índios, começaram a construção das casas, feitas de pau-a-pique e a construção das primeiras ocas da Aldeia.

Como os bandeirantes estavam se aproximando da Aldeia, o Padre Belchior resolveu ir junto com os índios para a Aldeia de Itapecerica, onde poderiam viver seguros, uma vez que esta era ainda mais afastada da capital, portanto de difícil acesso também.
Alguns índios não se conformavam em ter que sair das suas terras, por isso muitos retornavam e eram brutalmente assassinados a fim de servirem como exemplo.

Antes desta ação dos bandeirantes, os índios e padre viviam pacificamente. Foi aí que nasceu uma dança que existe até hoje, a Dança de Santa Cruz, que une cantos católicos e danças indígenas. A dança é uma celebração à Nossa Senhora da Santa Cruz, hoje, padroeira de Carapicuíba.

A intenção da festa é abençoar todas as casas da Aldeia e começa com um grupo de dança que roda no sentido horário. A dança começa em frente á igreja da Aldeia e segue até as outras casas, terminando na igreja novamente. Durante a dança há alguns intervalos, onde é servida, aos presentes, a tradicional canja de galinha, além do caracu e do milho.

donos do solo: os índios. Foi por isso que Afonso Sardinha, dono de uma sesmaria de seis léguas de quadra, doada pelo Rei de Portugal, ali chegando, montou a sede de sua fazenda e resolveu manter um posto na Aldeia de CARAPICUÍBA, com o objetivo de aproveitar a mão-de-obra indígena. Assim, deu início à construção de uma capela, por volta de 1590. Porém, frustado em seus intentos, resolveu voltar para a Europa.

Em 1610, havendo já a Capela, a Aldeia sofria os primeiros impactos, em virtude de caso criado entre as autoridades e o povo indígena, este, percebendo a falsidade e os maus propósitos dos brancos, reagiram violentamente, não se sujeitando às manobras, embrenhando-se cada vez mais pelo sertão.

De 1610 a 1670, a Aldeia passou por uma fase de estagnação, servindo de ponto de encontro entre clero e autoridades, os quais procuravam traçar normas para a ocupação das terras e o aproveitamento do trabalho indígena. O marasmo continuaria por mais um século.

Em 1770 porém, o progresso começou a se fazer sentir. O homem principiava a alterar a paisagem que permanecera inalterada durante séculos. A partir de Santo Amaro, Itapecerica, Embú e Cotia, os caminhos se alargavam, casas apareciam entre árvores ou erguiam-se em meio ao capim. Já havia fazendas, carregadores para as tropas e atendendo à demanda do colono que se vinculava à terra, abriam-se armazéns.

Paralelamente, esse progresso onde sempre se centralizara a vida social e política de CARAPICUÍBA, tomou aspecto diverso e particular.

À volta da capela inicial, malocas foram sendo construídas para abrigar aqueles que podem ser chamados de ancestrais dos homens empresários de espetáculos populares. "Donos" das constantes festas ali realizadas, organizavam e exploravam o comércio, fazendo um trabalho de tal ordem que, nesses dois séculos, a Aldeia se transformou no maior centro de Folclore do Estado. Berço de uma série de danças típicas, podemos citar, uma das mais importantes e conhecidas a "Dança de Santa Cruz", também chamada de Sarabaquê.

Por volta de 1854, em 1º de agosto, o Barão de Iguape registrou, na paróquia de Cotia, uma fazenda que abrangia grande parte da atual CARAPICUÍBA e Quitaúna, com área de 754 alqueires.

FESTA DA SANTA CRUZ                                                                                                 Quando os jesuítas plantaram em frente das malocas indígenas as primeiras cruzes, jamais imaginaram de que este símbolo se tornasse tão popular.

"Santa Curuzu", chamada pelos guaranis e "Santa Curuçá" pelos tupis, a Santa Cruz, assim como todas as manifestações religiosas decorrentes de Sua Adoração, acabaram figurando no devocionário dos mamelucos, mestiços e caboclos.

Por ocasião do IV Centenário de São Paulo, em 1954, a dança de Santa Cruz foi considerada contribuição da cultura do indio-jesuítica para a formação do Estado de São Paulo.

A mais famosa destas festas é ainda realizada pelos moradores da Aldeia de Carapicuíba e compreende três partes: Saudação, Roda, Despedida. Essas partes possuem sentidos díspares: a Saudação e a Despedida são consideradas sagradas e a Roda, profana. As primeiras têm melodias que lembram a seqüência sonora dos cantos gregorianos, os versos são fixos e a temática é devocional. São realizadas em frente à cruz maior, que fica diante da igrejinha local e depois e, frente a cada cruz que se situa na dianteira de cada uma das casas da aldeia.

A coreografia consta de passos para frente e para trás, batidas de palma, reverências à cruz, volteios e meia-volta, todos desenvolvidos em conjunto.

Na roda, as melodias têm versos tradicionais ou circunstanciais, com texto amoroso e jocoso. Para realizá-la, os dançarinos postam-se em um semicírculo, ficando os homens na linha de fora e as mulheres na de dentro. Mestre e contramestre ficam na extremidade que levará a roda a girar no sentido anti-horário.

Os movimentos são feitos com passos laterais e volteios entremeados de mesuras entre os pares. A Despedida vai se distinguir da Saudação apenas pelas letras dos versos próprios às despedidas.

Finda esta parte, o grupo se dirige para a cruz vizinha, onde tudo se repete.

A melodia é executada a quatro vozes: primeira, segunda, uma terça abaixo da primeira, triple, falsete, e contralto, acompanhadas por duas violas, adufos e reques, reco-reco feito de grandes porongos com uma tabuinha dentada encaixada no corpo, friccionada com vareta de madeira.

A festa de Santa Cruz é encerrada com outra dança, a Zagaia. Os movimentos são de recuos, avanços e vênias, feitos em fileiras, além da roda que gira em dupla direção. Feita diante da igreja, termina com vivório à Santa Cruz.

A Aldeia de Carapicuíba foi tombada pelo Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo.

Ela ainda sobrevive em sua forma original e há quatro séculos a Festa da Santa Cruz se realiza anualmente, apresentando imperdíveis danças tipicamente indígenas, como o Zagaia e a Sarabaquê.

                                                               COTIA

Em janeiro de 1.554, os padres jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta rezaram a missa de fundação da aldeia de São Paulo de Piratininga. Este ato era parte da sua missão de civilizar e catequizar os indígenas. A partir de então, começaram a ocupar pequenos aldeamentos na linha de seis léguas, a medir do pátio do colégio. Em seguida, os jesuítas se estabeleceram nos aldeamentos de Pinheiros, M' Boy (Embu), Itapecerica da Serra, Ururay (Barueri), Parnaíba, Carapicuíba e outros, localizados nos Campos dos Guaianazes.Em razão de ser pequena a distância entre Carapicuíba e o Caiapiá, este foi o lugar escolhido pelos jesuítas para construção da primeira Capela consagrada a Nossa Senhora do Monte Serrat. A Capela tornou-se um ponto de referência, ao redor do qual se estabeleceu uma população atraída pela movimentação da rota Sul-Sorocaba-Minas.

Antes que nesse local fosse erigida a Capela, os índios já o conheciam, e utilizavam-no como caminho para a região serrana. Os indígenas batizaram-no com o nome de Peabiru, cujo significado era "caminho cheio de obstáculos". Esse mesmo caminho serviu aos Bandeirantes para a entrada rumo às missões jesuíticas do Rio da Prata, que eram as mais ricas, organizadas e populosas. Mais tarde, o caminho foi rebatizado pelos padres de "caminho de São Tomé".

1580 - Inicia-se a concessão da sesmaria de Koty, proximo ao aldeamento Aku-ti, no Caiapiá, ponto de passagem e descanso dos viajantes. Em 12 de outubro de 1580 funda-se o povoado de Cuty, onde na época ergueo-se uma capela

1620 - (8 de setembro): os bandeirantes Fernão Dias Pais e Gaspar de Godoi Moreira inauguraram a primeira capela dedicada a N.S. do Monte Serrate, que mandaram erigir, a poucos quilômetros da aldeia de Carapicuíba, no Caiapiá, no alto de uma colina, ao lado do rio Cotia. O local faz parte atualmente do Condomínio São Fernando. Fica distante cerca de 7 (sete) km do atual centro de Cotia.                                                                                                                                                                          A igrejinha deu origem à aldeia de Coty, povoada inicialmente por brancos e índio, desde seu nascedouro.

Este evento é o marco histórico da implantação do povoado de COTIA. Este era o ponto de parada dos viajantes para descansar e pernoitar. Mais tarde aqui foi erguido um rancho. Este foi o arraial que deu origem à cidade.

1624 - Doação da Sesmaria de Embu (M’boy) aos jesuítas

1626 - A bandeira de Raposo Tavares segue para o Sul – Guairá, pelo Peabiru, também chamado Caminho de São Tomé ou do Sumé, ou Trilha dos Tupiniquins, que passava por Cotia

1633 - Em sessão de 18 de junho de 1633, a Câmara Municipal de São Paulo é advertida para pequenos incidentes entre lavradores e padres da Companhia de Jesus, nas terras da Cuty e Carapicuíba

1640 - Primeira expulsão dos jesuítas de São Paulo. Voltam 1653.

1652 - Ano provável da construção da casa bandeirista PADRE INÁCIO, no bairro da Graça (Morro Grande).O Sítio do MANDU, no bairro do Caiapiá, foi construído no séc. XVIII.

1654 – Fundação de Sorocaba.

1657 - (16 de Agosto) São Roque é promovida a Vila

1659 - Morre em São Paulo, Raposo Tavares

1661 - Sorocaba é promovida a Vila

1668 - Testamento de Catarina Camacho doando terras de sua fazenda de Embu (M’boy) aos jesuítas

1680 - Santo Amaro é promovido a paróquia

1681 - É abolida a escravização indígena por ordem do Rei de Portugal, entregando aos jesuítas a sua administração espiritual

1681 – A vila de São Paulo passa a ser sede da Capitania.

. Os pertences da antiga Capela foram levados anteriormente para Itu por seu protetor, Sr. Antonio Vieira Tavares, por ordem do Reverendo visitador, exceto a imagem que aí permaneceu e foi depois levada à nova igreja.

1711 - São Paulo é promovida a Cidade

1714 - Início da anualidade da festa à Santa Cruz, na aldeia de Carapicuíba, todo dia 2 de Maio

1681 – Morre no Sertão o bandeirante Fernão Dias Pais. Em 30/12 é enterrado no Mosteiro de S. Bento, em São Paulo.

1684 – Promovida a Paróquia, a igreja de Cotia recebe a visita do Bispo do Rio de Janeiro, Dom José de Barros Alarcão, cuja diocese se estendia até o sul do país.

1687 - Primeira ponte sobre o Rio Pinheiros, feita em cotização dos habitantes de Santana do Parnaíba, Itu, Sorocaba e Pinheiros

1698 - Destruição da aldeia de Carapicuíba e transferência dos índios para Itapecerica.

1698 - Construção da Igreja do Rosário do Embu (M’boy) e descoberta de ouro em Minas Gerais (Ouro Preto)

SÉCULO XVIII

1703 - O Igreja de Nossa Senhora do Monte Serrate é transferida, do Caiapiá, para o atual Largo da Matriz, "por conveniência dos moradores". Capelão: Pe. Mateus de Laya Leão.A primitiva Capela da Caiapiá e povoação foram abandonadas.

1713 - o coronel Estevão Lopes de Camargo financia a construção da igreja matriz Nossa Senhora do Monte Serrat.

1719 - Morre o Padre Belchior de Pontes, muito venerado pelo seu povo.

1723 - Cotia é transformada em Freguesia da cidade de São Paulo, sendo primeiro vigário o Pe. Salvador Garcia Pontes.

1724 / 1750 – Início da Feira de Gado / "Ciclo do Muar" em Sorocaba.

1727 - Reconstrução da aldeia de Carapicuíba

1759 - Expulsão dos jesuítas do Brasil, por decreto do Marquês de Pombal

1759 - A aldeia de Carapicuíba passa a ser administrada pelo vigário de Cotia

1763 - Início da decadência das Minas Gerais pelo esgotamento do ouro

1768 - São Roque é promovida a paróquia

1784 - Nasce em Cotia Diogo Antônio Feijó, regente do Império.

   

                                                                     O NOME COTIA

"Quando os jesuítas se estabeleceram no planalto de São Paulo, ocuparam os aldeiamentos de Pinheiros, Embú e Itapecerica da Serra, flanqueando a vila de Piratininga. Chegaram depois até Carapicuiba, mas Cotia não faz parte das aldeias semeadas nos campos dos Guaianazes. Sua origem é diferente."           João Barcellos

                                                         AKUTI                                                                                                 Existe oficialmente desde a criação da Sesmaria de 1580 (em 12 de Outubro) e sob a denominação Koty (do guarani Koty= casa/ponto d'encontro). Esta Sesmaria, terra doada, criava a dos Índios de Pinheiros e Barueri, e nela cabiam Carapicuiba, Koty, Embu, Itapevi, Barueri.

Era uma Aldeia Carijó - nação nativa que em sua diáspora amazônica criou várias aldeias ao longo do litoral, sempre a nomeando como Acutia/Koty. O primeiro registro d'Acutia foi feito pelo marujo alemão Hans Staden, no Séc. 16, na impressão do seu livro sobre o Brasil. A primitiva aldeia situava-se na campina do Caiapiá (lugar onde abundavam ervas medicinais do mesmo nome), no sertão carapicuibano, e no Séc. XVIII (em 1703) mudou para lá do rio, para o sertão itapecericano, onde se encontra até hoje na atual praça da Matriz. Em traço barroco foi erguida na Caiapiá uma Capela indicando a rota do Peabiru (sul do atual Paraná) aos corajosos que, como Raposo Tavares, Fernão Dias Paes, Manoel Esteves e Antonio Pietro, entre outros possuidores de sesmarias na região, ajudaram a fazer o Brasil.

ACUTIA

A cidade surgiu quando começaram as viagens entre São Paulo e a vila de Sorocaba, como uma pequena povoação de estrada, chamada Acutia. Segundo se apurou, o local da primitiva Acutia seria o do atual Sítio do Mandú (Antonio Manuel Vieira), tendo sido seus fundadores os bandeirantes Fernão Dias Paes (sobrinho de um juíz de mesmo nome) - o governador das esmeraldas - e Gaspar de Godoi Moreira. Sendo beneditino, Fernão Dias Paes colocou Nossa Senhora do Monte Serrate como padroeira, continuando esse rito mesmo depois da mudança da povoação. Em 1713, sua localização se consolidou junto à Capela que recebeu o nome da padroeira, Nossa Senhora de Monte Serrate, precisamente quando os Camargos, que haviam abandonado São Paulo após a luta com os Pires, se instalaram na região. O fundador da Capela foi o coronel Estevão Lopes de Camargo e seu primeiro capelão foi o padre Mateu de Lara de Leão.

FREGUEZIA DE CUTIA

Em 1723, data assinalada no atual brasão de Cotia, a capela do Monte Serrate foi elevada à categoria de freguesia (hoje distrito) e desde então a história de São Paulo registra inúmeras referências à Frequezia de Cutia. Ali moravam os Camargos, ainda temidos em São Paulo, e a freguesia fazia parte do 10º distrito de paz da capital da província. Em 1784 recebeu o menino Diogo Feijó, mais tarde Regente do Império.

VILLA DE CUTIA

Assim a Independência encontrou Cotia e somente em 2 de abril de 1856, época em que foram criados inúmeros municípios paulistas, é que o vice-presidente da província, Antonio Roberto de Almeida, Cotia foi elevada à categoria de vila, sendo a Câmara instalada solenemente pelo Dr. João Dabney de Avelar Brotero, presidente da Câmara Municipal da Imperial Cidade de São Paulo. Tomaram posse então os vereadores eleitos: capitão José de Araújo Novaes, capitão José Joaquim Pedroso, Manoel Joaquim da Luz, José Oliveira Leite José Francisco de Andrade.

VILA DE COTIA

Desde então tornou-se comum a grafia Cotia e já em 1842, as crônicas da Revolução Liberal assinalam a participação da vila no levante chefiado pelo Padre Feijó e pelo brigadeiro Tobias. Em Cotia, acamparam as forças liberais que acamparam no Pirajussara, posteriormente derrotadas nos Pinheiros pelo então Barão de Caxias. Em 1865, foram estabelecidas as divisas com o município de Una, hoje Ibiuna. Em 1885, as fazendas Monte Alegre e Bom Retiro, foram anexadas ao município da Capital e em 1889, o sítio de Antonio Manuel da Costa passou para a frequezia do Embú.

O caminho do Peabiru

Como nos disse Dalton Sala, nas proximidades de São Vicente, no litotoral de São Paulo, por ocasião do descobrimento do Brasil, os portugueses haviam deparado com uma trilha primitiva, que mergulhava na imensidão da serra do mar. As tribos indígenas que viviam na região já conheciam e utilizavam esta trilha.

O Peabiru era um sistema viário que iniciava no litoral de São Paulo e seguia pelo sertão adentro, por veredas e trilhas, até os grandes afluentes do Rio da Plata e os Andes.

Os bandeirantes descobriram estas trilhas e seguiram seus caminhos, entre eles, o nosso muito conhecido Raposo tavares, que deixou suas marcas e nome em toda a região.

Tido como sagrado, o camonho do Peabiru, dizem com mais de 3.000 Km, teria servido como ligação entre os antigos povos que abitavam  a América do Sul, desde o Oceáno Atlântico, até o grande império Inca, do Perú. Caminho aberto talvez há mais de 300 anos antes do descobrimento do Brasil.

 Cotia e os bandeirantes (clique na figura)

 EMBU

M´Boy, assim você nasceu...
Estudos históricos afirmam que o município de Embu foi fundado pelos jesuítas que aqui chegaram em 1554, logo após a fundação de São Paulo. E mais surpreendente, em uma de suas cartas, o padre José de Anchieta já revelava ter conhecimento da existência de uma pequena aldeia que seria a "Vila de M´Boy".
O significado da palavra M´Boy, segundo alguns intérpretes, quer dizer "cobra grande, hostil", palavra que pode ter sido motivada pela existência de muitas cobras na região.
Outros afirmam que pode significar "coisa montanhosa, penhascos, agrupamento de montes", em função dos acidentes geográficos da área.
Uma variação do nome M´Boy é Aldeia de Bohi (como era chamada inicialmente), a data de sua fundação mais provável é a de 18 de Julho de 1554.
Os jesuítas tinham a intenção de fazer com que os índios deixassem seus costumes e aceitassem a religião católica e resolveram avançar pelos sertões para chegarem até onde hoje está o Paraguai, e assim trazerem os índios guaranis, que haviam demonstrado docilidade.
Havia ainda a aldeia de Maniçoba, de onde os jesuítas foram expulsos pelos índios tapuias e tupiniquins.
Assim foram obrigados, ao voltar da peregrinação, a se deslocarem à Aldeia de Bohi, como ainda era chamada a
Vila de M´Boy.
Havia quem a chamasse ainda de Aldeia dos Reis Magos.
Quando eles chegaram, instalaram a primitiva Igreja Nossa Senhora do Rosário.
No ano de 1624, Fernão Dias e Catarina Camacha fariam uma escritura de doação de sua fazenda "M´Boy" pelo tabelião Simão Borges Cerqueira.
Domingos Luiz Grou aparece como sendo um dos primeiros proprietários de Embu.
Parte destas terras foi passada para Fernão Dias Paes, conhecido como "Moço", que era sobrinho do bandeirante Fernão Dias, o "Velho Caçador de Esmeraldas".
Quando Fernão Dias morreu, Catarina Camacha, sua mulher, ratificou essa doação à Companhia de Jesus dizendo que, além das terras entregava também aos jesuítas os índios que trouxe do sertão, para que também fossem evangelizados.
Pediu também aos padres da Igreja de Nossa Senhora do Carmo que desistissem de todas as suas investidas contra a Companhia de Jesus por aquelas terras de M´Boy.
Para os jesuítas foi doada a Fazenda de M´Boy, com a Igreja de Nossa Senhora do Rosário.
A história, por vezes, atribuiu ao padre Belchior de Pontes a fundação de Embu, porém, isso não poderia ter havido, uma vez que o padre nasceu em 1644, noventa anos depois dos primeiros jesuítas chegarem à região

Os primeiros artistas de Embu...
Sem dúvida foram os padres jesuítas e os índios guaranis, suas mãos marcaram para sempre a vocação da cidade, seja na arquitetura da Igreja, na escultura dos santos de madeira, nas pinturas ou no entalhamento.
Começaram a aparecer encomendas de santos aos padres e é provável que essa tradição tenha se mantido entre os
poucos habitantes da vila durante o século XIV e o início do século XX.
A tradição que o padre Belchior de Pontes deixou, com a criação da Virgem do Rosário, obra feita por ele, em estilo barroco em 1719, estimulou seus sucessores, os índios, que trabalharam nas imagens de Santo Inácio, Santa Catarina e São Francisco Xavier, além dos ornamentos e entalhes internos da Igreja.
Em 1759, quando o Marquês de Pombal expulsa os jesuítas de todas as colônias portuguesas, chega em Embu o padre Macaré, que esculpe, com a ajuda dos guaranis (carijós), as imagens de Nossa Senhora dos Passos, Nossa Senhora das Dores e Os Doze Apóstolos.

Um atentado à História...
Os 27 anos de administração do Marquês de Pombal no Brasil (1750-1777) aniquilaram a memória e o patrimônio dos jesuítas no Brasil.
Ao decidir expulsar a Companhia de Jesus, em 1759, de Portugal e suas colônias, Pombal ordenou que os documentos e quaisquer registros fossem destruídos. Assim começa a desconstrução da história de Embu, riquíssima, intrigante, extensa e apaixonante. A partir de então M´Boy se resumiu à atividade agrícola, um pequeno comércio e fabricantes de aguardente.
Em 1930 instalaram-se no Distrito de M´Boy os primeiros integrantes de uma numerosa colônia japonesa. Através do Instituto Prático Agrícola, eles davam suporte para os agricultores do bairro da Ressaca e foram, mais tarde, responsáveis pela tradição do cultivo de plantas e flores em Embu.
Em 1938, Mário de Andrade, aproveitando-se da nomeação pelo Ministério da Educação, para Delegado do Estado de São Paulo, tratou de adiantar o processo de tombamento da obra jesuítica em Embu, um dos primeiros do território paulista.

Caminhando para a Emancipação de Embu
No início do século XIX, a Aldeia de M´Boy vivia um período de franca decadência, visível no vaivém de denominações oficiais que ocorreram entre 1779 e 1880. Em 1779, passou a ser "Freguesia", ou seja tinha uma capela administrada em caráter permanente por um pároco que era mantido graças aos donativos dos moradores. No entanto, volta a ser "Aldeia" por um Decreto de 1832. Nova lei lhe devolve a condição de "Freguesia" em 1841. Logo perde essa condição, que recupera em 1869.
Volta, porém à condição de "Aldeia" e recupera em definitivo a denominação de "Freguesia" em 1880, tornando-se Distrito de M´Boy novamente em 1939.

M´Boy vira Embu
Um Distrito de paz, assim foi M´Boy de 1939 até 1943. Um Decreto-lei muda o seu nome de M´Boy para Embu (sem acento no "u", que aliás muitos ainda insistem em apregoar), seguindo as regras de acentuação da língua portuguesa.
Dom Duarte de Leopoldo e Silva, Arcebispo de São Paulo, determinou a primeira
recuperação da Igreja de Nossa Senhora do Rosário. Nos anos de 1939 a 1940, o conjunto jesuítico, que compreende a Igreja e a residência dos jesuítas, foi considerado Patrimônio Nacional e restaurado pelo SPHAN que hoje é denominado Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Para que Embu fosse uma cidade "livre", com direito a ser governado independentemente, desligando-se de Itapecerica, nossa "cidade-mãe", foi criada a Associação Cívica de Embu.

      

A Lenda da Cobra e do Índio

Recebera o Padre Belchior de Pontes ordens de fundar um colégio no planalto. Ele veio de Itanhaém e subindo a Serra para os campos de Piratininga, por um caminho muito ruim e desconhecido, palmilhando por vários dias ínvias trilhas, até encontrar um pantanal (nas proximidades do atual Embu-centro) onde quase se atolou não fosse o aparecimento providencial de um índio, que o levou desfalecido para sua choça num outeiro. Enquanto o padre não voltava a si, o silvícola saiu para buscar água. Recuperando-se, o Padre Belchior de Pontes foi informado pela mulher do índio da ausência do seu salvador, que já se prolongava de maneira inexplicável.
Saíram à sua procura e o encontraram morto picado por uma grande cobra. O índio foi velado e sepultado dentro dos preceitos da Igreja e sobre a sua sepultura levantou o padre a capela de Nossa Senhora do Rosário, construindo em seguida a igreja.

A cobra que matou o índio, sepultado sobre o altar-mór, teria dado o nome de M’BOY à aldeia.

Lendas do Tesouro do Lago

Quando da expulsão, os jesuítas reuniram num tacho todo o seu ouro e pedrarias, certos que estavam de sua eminente prisão. Desceram a ladeira carregando o tesouro e construíram uma pequena jangada de toros de bananeiras. À jangada prenderam longos cabos de cipó. O mesmo ocorrendo com relação ao tacho. Enquanto uns padres puxavam a jangada para o centro do lago, outros mantinham seguros os cabos do tacho. Quando o improvisado meio de transporte atingiu o centro do lago, o tacho foi afundando calmamente, escondendo nas águas o brilho do tesouro. Ora, sob o altar mor da Igreja Nossa Senhora do Rosário, segundo a lenda, encontram-se sepultados muitos jesuítas.                                                     Em determinada hora da noite, ainda não identificada, os jesuítas abandonam os seus sepulcros e, com seus longos hábitos negros, que fazem ressaltar a brancura dos ossos da cabeça, das mãos e dos pés, seguem em fúnebre e terrível procissão e descem a ladeira de Embu. Em torno do lago continuam a trágica procissão, suas vozes elevando-se à solidão da noite, ouvindo-se mesmo o desafiar das camândulas dos Rosários. Em seguida, sempre em procissão, caminham para o cemitério, onde permanecem horas seguidas em confabulação com os mortos. Ao desmaiar da noite, o cortejo de espectros volta à Igreja. Por isso, quando a luz apaga-se no Embu, os moradores dizem que a procissão vai sair, pois ela é feita às escuras. (Acervo da Secretaria de Cultura do Município de Embu)

SANTANA DE PARNAIBA

Santana de Parnahyba nasceu às margens do Rio Tietê, durante a administração de Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil, e teve como um de seus primeiros habitantes o português Manuel Fernandes Ramos, participante da expedição realizada em 1561 por Mem de Sá para explorar o sertão em busca de metais preciosos.
Manuel Ramos estabeleceu-se no povoado, construindo uma fazenda e uma capela em louvor a Santo Antônio, mas sua estrutura não resistiu às enchentes e foi destruída. Posteriormente, seus herdeiros e sua mulher, Suzana Dias, resolveram erguer, em 1580, uma capela em honra de Sant'Ana.
Em 14 de novembro de 1625, o povoado, que cresceu ao redor da capela, foi elevado à categoria de vila com a denominação de Santana de Parnaíba. Durante o período colonial, a vila possuía apenas uma economia de subsistência, baseada nas lavouras de trigo, algodão, cana, feijão e milho, sustentando um pequeno comércio com as povoações vizinhas.
Nos séculos 17 e 18, Santana de Parnaíba teve desenvolvimento promovido pelo emprego da mão-de-obra indígena e pela chegada de famílias importantes, como a dos Pires. Apresentou-se, por um lado, como uma das principais áreas de mineração da capitania, tendo dentre seus moradores o padre Guilherme Pompeu de Almeida, que foi financiador das bandeiras paulistas; por outro, como núcleo exportador de mão-de-obra indígena para as demais capitanias.
A vila chegou ao século 19 desenvolvendo poucas atividades econômicas, situação agravada pela abertura de novas estradas que ligavam São Paulo a outras vilas e cidades sem passar por Parnaíba. Sofreu também o impacto de não ter havido em suas terras a substituição da cultura de cana-de-açúcar pela de café. A cidade permaneceu estagnada até o início do século 20, quando a Light & Power Company construiu sua primeira usina hidrelétrica no país.

Santana de Parnaíba nasceu às margens do rio Tietê, durante a administração de Mem de Sá, terceiro governador-geral do Brasil. Há registros de que o primeiro a se instalar na região foi o português Manuel Fernandes Ramos, participante de uma expedição realizada em 1561 por Mem de Sá para explorar o sertão – no sentido Rio Tietê abaixo, em busca de ouro e metais preciosos. Estabeleceu-se no povoado, construindo uma fazenda e uma capela em louvor a Santo Antônio, mas sua estrutura precária não resistiu às constantes enchentes e acabou destruída. Posteriormente, seus herdeiros e sua mulher, Suzana Dias, resolveram erguer, em 1580, uma nova capela, desta vez em honra de Sant’Ana.

Em 14 de novembro de 1625, o povoado que cresceu ao redor da capela foi elevado à categoria de vila com a denominação de Santana de Parnaíba. Durante o período colonial, a vila possuía apenas uma economia de subsistência, baseada nas lavouras de trigo, algodão, cana, feijão e milho, sustentando um pequeno Comércio com as povoações vizinhas. Seus habitantes, para contornar as dificuldades econômicas decorrentes de seu isolamento em relação à metrópole, contavam com o fato de a vila ser um importante ponto de partida do movimento das bandeiras, que exploravam o sertão com o duplo objetivo de capturar indígenas e descobrir metais preciosos.

Nos séculos XVII e XVIII, Santana de Parnaíba conheceu um certo desenvolvimento, promovido pelo emprego da mão-de-obra indígena e pela chegada de famílias importantes, como, por exemplo, a dos Pires. Apresentou-se, por um lado, como uma das principais Áreas de mineração da capitania, tendo dentre seus moradores o padre Guilherme Pompeu de Almeida, que foi um grande financiador das bandeiras paulistas; por outro, como núcleo exportador de mão-de-obra indígena para as demais capitanias, entrando muitas vezes em confronto com os jesuítas.

A vila chega ao século XIX desenvolvendo poucas atividades econômicas, situação agravada ainda mais pela abertura de novas estradas que ligavam São Paulo a outras vilas e cidades sem passar por Parnaíba. Sofreu também o impacto de não ter havido em suas terras a substituição da cultura de cana-de-açúcar pela de café. A cidade permaneceu estagnada até o início do século XX, quando a Light & Power Company construiu sua primeira usina hidrelétrica no país, abrindo um novo campo de trabalho na região. Sua denominação foi reduzida, não se sabe quando, para Parnaíba, mas em 30 de novembro de 1944 volta a adotar seu nome atual, Santana de Parnaíba.

Graças às técnicas de restauração desenvolvidas pelo Projeto Oficina Escola (POEAO), Santana de Parnaíba preserva seu patrimônio histórico. Com suas construções coloniais, a cidade concentra um dos mais importantes conjuntos arquitetônicos do Estado, com 209 edificações, tombadas, em 1982, pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT). Mas antes, em 1958, a residência bandeirista urbana, construída na segunda metade do século XVII, onde atualmente funciona o Museu Histórico e Pedagógico Casa do Anhangüera e o sobrado construído no século XVIII, onde está instalada a Casa da Cultura, foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico, Artístico e Nacional (IPHAN).

        

1.500 - Descobrimento do Brasil portugueses. Expedições portuguesas tomam posse das terras brasileiras.

1.508/1.512 - O português João Ramalho funda o povoado de Santo André da Borda do Campo e torna-se amigo do cacique Tibirisá, que morava no planalto de Piratininga, hoje cidade de São Paulo.

1.532 - Lopo Dias chega com expedição de Martim Afonso de Souza a São Vicente e casa-se com a filha do cacique Tibiriçaá, Beatriz.

1.552 - Nasce Suzana Dias, filha de Lopo Dias e Beatriz, neta do cacique Tibirisá.

1.561 - Junto à expedição de Mem de Sá chega Manoel Fernandes Ramos. Nesta época, as expedições rumavam ao sertão através do rio Anhembi, atual Tiete, que facilitava a penetração para o interior, pois sua nascente era próxima a serra do mar.

1.567 - Com o objetivo de povoar as terras as margens do rio, terras são doadas aos Fernandes que se estabeleceram em Parnayba no final do século XVI.

1.570 - Manoel Fernandes Ramos se casa com Suzana Dias (data aproximada).

1.580 - Fundação oficial do povoado de Parnayba por Suzana Dias e o filho André Fernandes. - Apesar de Santana de Parnaíba ter sido fundada em 1580, o traçado urbano do núcleo primitivo consolidou-se somente no século 18, formando três ruas paralelas à encosta do morro, por isso mesmo conhecidas como Rua de Cima, Rua do Meio, Rua de Baixo (atuais ruas ...Apesar de Santana de Parnaíba ter sido fundada em 1580, o traçado urbano do núcleo primitivo consolidou-se somente no século 18, formando três ruas paralelas à encosta do morro, por isso mesmo conhecidas como Rua de Cima, Rua do Meio, Rua de Baixo (atuais ruas Bartolomeu Bueno, André Fernandes e Suzana Dias, respectivamente), com extensão aproximadamente de 250m cada. Com 176 km² de área e população de 65 mil habitantes, Santana de Parnaíba tem no turismo uma de suas ...

1.589 - Morre Manoel Fernandes Ramos. Viúva e com os filhos Suzana Dias passa a administrar a fazenda de Parnayba.

14 de novembro de 1.625 - Elevação do povoado à categoria de Vila Parnaíba, por provisão de Dom Álvaro Pires de Castro (Conde de Monsanto). O capitão-mor e ouvidor Álvaro Luís do Vale manda levantar o pelourinho e efetuar os demais cerimônias na Vila Parnayba.

01/1653 - No mês de janeiro de 1653, falece em Santana de Parnaíba, Domingos Fernandes, fundador desta cidade de Itu. Não obstante haver ele em seu testamento, declarado ser seu desejo fosse o seu corpo sepultado na capela que fundara no Utu-Guaçu, foi ele sepultado na Igreja Matriz de Santana de Parnaíba. Domingos Fernandes era chamado de mameluco, por ser bisneto do chefe guaianaz Tibiriçá. Assim como todos os paulistas do seu tempo, Domingos Fernandes também exercia uma profissão: era ferreiro. 

      

Bartolomeu Bueno da Silva

Bandeirante brasileiro nascido em Parnaíba, SP, memorável colonizador do Brasil central (Goiás). Herdou do pai o nome e também o apelido, Anhangüera, que significa diabo velho, por causa do episódio em que seu pai ateou fogo a um pouco de aguardente a fim de amedrontar os índios e obrigá-los a revelar o local de uma jazida.

Com 12 anos passou a acompanhar o pai nas expedições ao território goiano, mas com a descoberta de ouro em Minas Gerais, estabeleceu-se em Sabará e mais tarde em São João do Pará e Pitangui, onde foi nomeado assistente do distrito.

Devido aos constantes voltou a Parnaíba para organizar uma bandeira para retornar a Goiás. Partiu de São Paulo (1722) e durante quase três anos explorou os sertões goianos em busca da lendária serra dos Martírios. Finalmente encontrou ouro no rio Vermelho.

Nomeado capitão-mor das minas por D. João V (1726), fundou o arraial de Santana, depois Vila Boa de Goiás (1739), atualmente cidade de Goiás, mais conhecida como Goiás Velho.

A cusado de sonegação de impostos (1733) começou a perder prestígio junto a coroa e sua autoridade foi progressivamente sendo limitada pelos delegados do rei e, com a persistência das lutas internas e as suspeitas de contrabando levaram ao estabelecimento de uma ouvidoria e à criação da capitania de Goiás, morreu pobre e destituído de poder na vila de Goiás.

SÃO ROQUE

A cidade de São Roque foi fundada no dia 16 de agosto de 1657, mas começou como uma grande fazenda do capitão paulista Pedro Vaz de Barros, que pertencia a uma família de bandeirantes e sertanistas. Vaz de Barros também participou de diversas Bandeiras.
O fundador da cidade, também conhecido como Vaz Guaçú, contava com aproximadamente 1200 ínidios que trabalhavam em suas terras, onde eram cultivados trigo e uva. Alguns anos após a morte de Vaz de Barros, seu irmão, Fernão Paes de Barros, se estabeleceu na mesma região, onde construiu uma casa e uma capela, que foram restauradas em 1945 pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a pedido do escritor Mario de Andrade, dono da propriedade.
Após um período difícil, o povoado originado por Pedro Vaz foi elevado à categoria de Freguesia no dia 15 de agosto de 1768, recebendo o nome de São Roque do Carambeí. Já no dia 10 de julho de 1832, a Freguesia foi elevada à categoria de Vila, mas o progresso do local só começou em 1838, quando começaram as lavouras de milho, algodão, arroz, mandioca e farinha de mandioca, cana de açúcar e derivados, legumes e verduras.
Em março de 1846, seis anos após instalar-se na vila o destacamento da Guarda Nacional, Dom Pedro II e uma pequena comitiva permaneceram um dia na cidade de São Roque. Com a passagem de Dom Pedro II, Antonio Joaquim começou a se destacar no cenário político e, graças ao morador ilustre, São Roque foi elevada à categoria de cidade no dia 22 de abril de 1864.
Já em 1875 foi inaugurada a E.F. Sorocabana, que ligou a cidade de São Paulo a São Roque e Sorocaba. Após alguns anos, em 1884, começou a grande chegada de imigrantes à cidade, fazendo com que
as vinículoas apareçam novamente e ganhou força nos anos seguintes. Em 1924 a cidade já contava com 17300 habitantes e foram produzidos 10 mil litros de vinho a safra do ano.

                                              

O Padroeiro                                                                                                                    São Roque (1295 d.c – 1327 d.c) é um santo da Igreja Católica Romana, protege contra a peste e é padroeiro dos inválidos e cirurgiões. É também considerado por algumas comunidades católicas como protetor do gado contra doenças contagiosas. A sua popularidade, devido à intercessão contra a peste, é grande sendo orago de múltiplas comunidades em todo o mundo católico e padroeiro de diversas profissões ligadas à medicina, ao tratamento de animais e dos seus produtos e aos cães. A sua festa celebra-se no dia 16 de Agosto. Não existem grandes certezas sobre a vida de São Roque, permanecendo a maior partes dos seus dados bibliográficos envolvidos em mistério. Até o seu verdadeiro nome é desconhecido, já que Roch (aportuguesado para Roque) seria o seu nome de família e não o nome de batismo (segundo documentos do século XII). Embora haja considerável variação nas datas apontadas para o seu nascimento e morte, Roque teria nascido em Montpellier, França, por volta de 1350, e falecido na mesma cidade em 1379. Sabe-se, contudo que teria falecido jovem.Era filho de um mercador rico, de nome João, que teria funções de governante na cidade, e sua mulher Libéria. São Roque estava ligada a famílias importantes de Montpellier, sendo herdeiro de considerável fortuna. Diz a lenda, que Roque teria nascido com um sinal em forma de cruz avermelhada na pele do peito, o que o predestinaria à santidade. Roque teria ficado órfão de pai e mãe muito jovem, sendo a sua educação confiada a um tio. Estudou medicina na sua cidade natal, mas não concluiu os estudos. Levando desde muito cedo uma vida ascética e praticando a caridade para com os menos afortunados, ao atingir a maioridade, por volta dos 20 anos, resolveu distribuir todos os seus bens aos pobres, deixando uma pequena parte confiada ao tio, e em seguida partindo em peregrinação a Roma. No decorrer da viagem, ao chegar à cidade de Acquapendente, próxima de Viterbo, encontrou-a infestada pela peste. De imediato ofereceu-se como voluntário na assistência aos doentes, operando suas primeiras curas milagrosas, usando apenas um escalpelo e o sinal da cruz. Em seguida visitou Cesena e outras cidades vizinhas, Mântua, Modena, Parma, e muitas outras cidades e aldeias. Onde surgia um foco de peste, lá estava Roque ajudando e curando os doentes, revelando-se cada vez mais como místico e taumaturgo.Depois de visitar Roma, onde rezava diariamente sobre o túmulo de São Pedro e onde também curou vítimas da peste, na viagem de volta para Montpellier, ao chegar a Piacenza, foi ele próprio contagiado pela doença, o que o impediu de prosseguir a sua obra de assistência. Para não contagiar alguém, isolou-se na floresta próxima daquela cidade, onde, diz a lenda, teria morrido de fome se um cão não lhe trouxesse diariamente um pão e se da terra não tivesse nascido uma fonte de água com a qual matava a sede. O cão pertencia a um homem rico, chamado Gottardo Pollastrelli, que percebendo a miraculosa presença de Roque, o ajudou, sendo por ele convertido a emendar a sua má vida. Milagrosamente curado, regressou a Montpellier, mas logo foi preso e levado diante do governador. Roque foi considerado um espião e passou alguns anos numa prisão até morrer, abandonado e esquecido por todos, só sendo reconhecido depois de morto, pela cruz que tinha marcada no peito. Embora não haja consenso sobre o local do evento, parece certo que ele morreu na prisão, depois de um largo período de encarceramento. Descoberta a cruz no peito, a fama da sua santidade rapidamente se espalhou por todo o sul de França e pelo norte da Itália, sendo-lhe atribuídos numerosos milagres. Passou a ser invocado em casos de epidemia, popularizando-se como o protetor da peste e da pestilência. O primeiro milagre póstumo que lhe é atribuído foi a cura do seu carcereiro, que se chamavaa Justino e coxeava. Ao tocar com a perna no corpo de Roque, para verificar se estaria realmente morto, a perna ficou milagrosamente curada. Embora sem provas que o consubstanciem, afirma-se que Roque terá pertencido à Ordem Terceira de São Francisco. São Roque é geralmente representado em trajes de peregrino, por vezes com a vestimenta típica dos peregrinos de Compostela, e com um longo bordão do qual pende uma cabaça. Um dos joelhos é geralmente mostrado desnudado, sendo visível uma ferida (bubão da peste). Por vezes é acompanhado por um cão, que aparece a seu lado trazendo-lhe na boca um pão.

           

Desde o século XIX, as festas do padroeiro São Roque tomaram um cunho eminentemente popular e a cada ano o número de visitantes se superava, tornando o 16 de agosto dia de verdadeira peregrinação dos devotos do santo à cidade de São Roque.
As origens desta tradição, no entanto, nos remetem à metade do século XVII e estão ligadas à história da fundação dessa cidade às margens do rio Carambeí, quando o bandeirante Pedro Vaz de Barros erigiu sua casa e ao lado, uma capelinha, onde hoje está a Praça da Matriz, elegendo como padroeiro São Roque.
Em seu testamento, o fundador da cidade, Pedro Vaz de Barros, também conhecido como "Vaz-Guaçu", que significa "O Grande", fez uma valiosa doação em imóveis à capela, contanto que a conservassem sempre limpa e trouxessem um sacerdote ao povoado, ao menos uma vez por ano, na festa do padroeiro. Nessa época, como a população era ainda pequena, a localidade não contava com a assistência de um padre. De Araçariguama que vinham os sacerdotes para as celebrações religiosas.
Em 15 de agosto de 1768, a povoação foi elevada à Freguesia e passou a contar com a assistência fixa no local. Dão em diante, os festejos dedicados a São Roque começaram a acontecer sistematicamente nos dias 15 e 16 de agosto, comemorando respectivamente a elevação do burgo à Freguesia e a festa do padroeiro.
Em 16 de junho de 1832, a Freguesia foi elevada à categoria de Vila.
Nesse ano, os festejos do padroeiro revestiram-se de grandiosidade e passaram a ocorrer durante toda a semana e não apenas nos dias 15 e 16 de agosto.
Uma grande aspiração dos são-roquenses de então, tornou-se realidade: em 1864 a Vila é elevada à categoria de Cidade. Nesse ano, além das festas do padroeiro, foi organizada uma programação especial, para marcar a conquista.
Em 1974, a epidemia de varíola assola a cidade, sem vacinas ou outro tipo de terapia eficiente,
espalhando desolação e morte... Amedrontadas, as pessoas deixam a sede, refugiando-se na zona rural. A cidade torna-se deserta e, no desespero, ocorre algo que hoje seria inusitado: os são-roquenses, inocentes sobre as formas de contaminação da varíola, em busca da proteção do padroeiro, reúnem-se por três dias para orações na Matriz. A situação se agrava e a chamada "peste das bexigas" toma conta da cidade semi-deserta.
Mas, melhores tempos estariam por ocorrer. Em 1875, a situação se normaliza e novamente as festas do padroeiro são revestidas de pompa, com a inauguração da estrada de ferro. A tradição, baseada na fé, chegaria até os nossos dias.Entrada dos Carros de Lenha
Animação fora do comum tomou conta dos festejos de agosto em São Roque a partir de 1880, quando o expansivo e dinâmico padre José Carlos Cunha chegou à cidade, imprimindo novos rumos à liturgia. Reformou as igrejas Matriz e de São Benedito, tornando-as mais bonitas e atraentes.
Mas o motivo das novas cores da festa do padroeiro foi a instituição da "Entrada dos Carros de Lenha"como número de sensação na abertura das festas religiosas de agosto.
Padre Cunha havia mandado adquirir em Paris, a belíssima imagem de São Roque que até hoje ocupa o nicho principal da Matriz. Então, as festas de agosto tiveram um toque especial e a importância obtida com a venda da lenha ofertada pelos fiéis - trazida até a igreja em carros de bois, ornamentados com bandeirolas e flores - serviu para pagar as despesas da aquisição da imagem na França, terra natal do padroeiro.
O dinheiro arrecadado cobriu os gastos com a compra da imagem e o transporte até o porto de Santos e de lá, para São Roque. E a "Entrada dos Carros de Lenha"foi um sucesso invulgar. Assim, a partir de 1881, o padre Cunha, com o auxílio do cidadão Quirino de Aguiar, instituiu essa manifestação folclórica, que vem sendo mantida através dos anos, na abertura das festas de agosto.

Festa de Agosto:uma tradição popular

As raízes desta tradição se perdem no tempo, no início da história da tricentenária cidade de São Roque, uma das mais antigas do Estado de São Paulo, fundada em 1657. No entanto, foi a fé popular que impôs força à tradição, dando continuidade a esses festejos em homenagem ao padroeiro São Roque.
Com a evolução dos costumes, as Festas de Agosto sofreram algumas pequenas modificações ou modernizações, mas a estrutura básica de sua realização ano a ano vem se mantendo intacta. As novenas, a "Entrada dos Carros de Lenha", o bando precatório, as procissões, a missa campal, as barracas, o leilão, ocorrem todos os anos.
Até 1967, a festa do Divino Espírito Santo ocorria no doa 15 de agosto.
Com mudanças no calendário da igreja, a festa do Divino passou a acontecer no mês de maio ou junho e em agosto, o dia 15 foi dedicado a Nossa Senhora da Assunção.